Ontem escorreguei no cuidado
E deixei entornar um pouco
Do precioso líquido da paixão.
Havia-me sido entregue a sua guarda
Em um potinho de cristal.
Parece que derrapei no tato
Esbarrei no excesso de confiança
E – catapimba – bati de cara no egoísmo.
Não olhei por onde andei...
Doeu.
Líquido precioso, de um brilho ímpar.
Já no chão, me pareceu turvo, opaco.
Aspirei. Tentei aspirar tudo que caiu.
Tá lá ele no pote.
Será que volta o brilho?
Fico o dia inteiro em volta.
Como um cão de guarda.
De olho se há alguma luminescência.
Não depositei nenhuma lágrima.
Não adianta.
Mas existe uma atmosfera de muita tristeza.
Mas que também não interfere.
Vamos aguardar.
Só espero que aquele pote não seja uma caixa de pandora.
Onde o último dos males está guardado: o destruidor da esperança.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
6 comments:
chorar a paixão derramada...
não que adiante, mas rende versos.
simplesmente lindo.
... mas não existe último dos males pra poeta.
eu concordo com a padmaya... :)
Simplesmente ótimo. Gostei muito! Mas o último dos males é o 'destruidor' da esperança ou a própria Esprança em si?
Me lembra uma música que adoro: La Barca.
Besos.
Lindo demais!!!!
Este mergulhar de cabeça em tua poesia, faz com que eu me encontre!
Lindo demais mesmo!
Beijo
Bea
Post a Comment